Tahuantinsuyo Expedition 2006

Caxias do Sul - Bolívia – Peru (sudeste) - 7° dia

Quinta-feira, 09/02/2006 : Santa Cruz de la Sierra x Cochabamba 428 Km

Hora de partida : 09:00

Quilometragem percorrida : 428 Km

Hora de chegada : 21:00h

Local de chegada : Cochabamba

Abastecimentos : 1. Santa Cruz de la Sierra (23 l) – 2. Ivirgarzama (Cochabamba) (32 l)



Como sou muito teimoso, não desisto de achar que podemos, um dia sequer, sair bem cedo. Claro que não foi desta vêz. Saímos de Santa Cruz de la Sierra, por volta das 9:00 h, não sem antes passar em um posto para tirar a poeira mais grossa, que restou do trecho San José de Chiquitos x Sta. Cruz. Bastante tranquilos, seguimos curtindo o trajeto de asfalto, visto que por estarmos atrasados tivemos que modificar o trajeto que tinhamos feito e que permitiria conhecer o roteiro “del Che”. Fica para a próxima! Após 324 quilometros percorridos desde Santa Cruz de la Sierra, começa uma mudança na paisagem e de clima, que até agora era típica de zonas baixas, onde a altitude média não ultrapassave os 350m, estando Sta Cruz à 416 m. Neste ponto, começa a aumentar a altitude, a estrada começa a ficar mais sinuosa, a variação de temperatura começa a lembrar o trajeto de Porto Alegre à Caxias do Sul e mais adiante, é como de estivessemos chegando em Nova Milano, onde sempre há neblina, pois justamente neste trecho onde a temperatura já beirava os 10 graus, contra os quase 40 de Sta Cruz, mais um problema, o motor deligou como se faltasse combustível. Imediatamente utilizei um galão de reserva, para não perdermos tempo verificando se era ou não falta de diesel.




Trajeto Santa Cruz de la Sierra à Cochabamba

Tirei o ar dos canos, dei partida e 1 km mais adiante, novamente o motor apaga, após vária tentativas, me dei por vencido e ataquei um taxi que por alí passava. Depois de sofrer para explicar ao taxista, que falava muito pouco espanhol, que eu queria que o Lucas fosse até a cidade mais próxima chamar um mecânico, ele fez sinal que havia entendido e pediu-me se eu tinha algo que ele pudesse usar para “remolcar” a bandeirante. Mais meia hora explicando-lhe que não era possível pois estávamos subindo uma serra, seu carro, sem querer ofendê-lo é claro, não conseguiria “remolcar” a bandeirante pois era muito pesada e finalmente vejo o lucas saíndo no taxi do amigo boliviano, indo chamar um mecânico, na cidade de Colomi, distante algo como 10 km do local onde paramos. Enquanto o Lucas ia buscar um mecânico, lembrei-me que talvés, somente talvés poderia ser uma mangueirinha de aproximadamente 3 cm que conectava o cano de combustível, com o pré-filtro de vidro. Lembrei-me também que tinha levado uns 30 cm daquela mangueira, para uma eventualidade. Após tirar a mangueira da sacola de lona, e estando pronto para fazer um teste, chega o Lucas com o mecânico e uma mangueira de aproximadamente 3 metros, que foi colocada em um dos galões de reserva e conectada diretamente no pré-filtro de vidro. Após tirar o ar dos filtros, começamos a andar em direção da cidade de Colomi onde paramos na oficina na qual proprietário insistia que passássemos a noite ali, para no dia seguinte fazermos uma revisão na parte de alimentação da bandeirante, o que eu imediatamente rechassei explicando que nosso roteiro já estava atrasado e que se não fosse possível descobrirmos o problema, continuaria com a mangueira em um dos galões, até Cochabamba que estava a cerca de 45 km dalí.

Enquanto discutia com o mecânico, o Lucas e a Lara lembraram-se de ir buscar uma “hamburguesa” para cada um de nós, que serviria como jantar, visto que tivemos aquele imprevisto e talvés não teríamos tempo para jantar adequadamente. Como o mecânico viu que não iriamos passar a noite e Colomi, de maneira alguma, aceitou revisar alguns itens que eu suspeitava, como bomba primaria, que constatou-se estar funcionando bem, canos de alimentação que também constatou-se estarem bem e finalmente, por acaso, o dono da mecânica tentou chupar diesel com a boca, quando constatou que vinha ar justamente na famosa mangueirinha de 3 cm suspeita. Como já tinha a mangueira de reposição na mão, trocamos, testamos e como funcionou adequadfamente, pusemo-nos na estrada, pagando ao mecânico algo como R$20,00 pelo serviço.

Chegamos em Cochabamba por volta de 21:00 horas. Hospedamo-nos no “hostal Ecuatorial”, um excelente hostal, a um preço acessível, de propriedade de um boliviano que estudou no Brasil e sua esposa brasileira do nordeste do país.