Segunda-feira, 13/02/2006 : Tiahuanaco x La Paz X Oruro 292 Km Hora de partida : 13:30 Quilometragem percorrida : 292 Km Hora de chegada : 20:30h Local de chegada : Oruro Abastecimentos : 1. El Alto (La Paz) (41,67l) - 2. Oruro (32,52l) |
Acordamos dispostos para ver as famosos ruínas de Tiahuanaco, que segundo os conhecedores, são muito mais imponentes e bonitas que Machu-Pichu, perdendo para esta somente no quesito misticismo. Seguimos caminhando Eu, Helena e Lara, enquanto o Lucas buscava a bandeirante, para que depois da visita não precisássemos voltar ao hotel e seguíssemos para Oruro, nosso próximo destino. Ao chegar na bilheteira, pela primeira vez em toda a viagem, sentimos na carne o valor de um sítio arqueológico. Não adiantou dizermos que éramos “bolivianos de corazon”, o atendente nos cobrou o preço para “estrangeros” a razão de US$ 10,00 por cabeça. Conformados com o preço, iniciamos nosso passeio que era composto de quatro etapas, sendo dois museus e dois sítios arqueológico. Iniciamos pelo museu, seguindo para o sítio arqueológico, onde se pode ver todo o esplendor do “templete semi-subterrâneo” e o “templo de Calasasaya”. Menos visíveis estão a “pirâmide de Acapana”, “Putuni” e “Quericala”. Fomos depois para o segundo museu e finalmente às ruínas de “Puma punku”, que está sendo restaurada. |
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Localização Tiahuanaco está localizada a 70 km de La Paz na Bolívia, a uma altitude de 3.845 metros. Chega-se a Tiahuanaco a partir La Paz em apenas uma hora e meia de viagem.
Mapa
da antiga Tiahuanaco Representação de como se veria reconstruída a área arqueológica de Tiahuanaco, a “pirâmide de Acapana” se encontra ainda coberta, o “templete semi-subterrâneo” tem entrada pelo sul, o “templo solar de Calasasaya” ao centro e ao lado a zona cerimonial de “Putuni”, “Templo de la Luna”, que atualmente se encontra em ruínas.
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História
Tiahuanaco é considerada como a cultura mais importante do período pré-colombiano no turismo boliviano. Geograficamente se expandiu até a costa do Pacífico, sul do Peru, norte da Argentina e provavelmente as terras baixas orientais. O nome original era “Tapy K'ala” (Povo da Pedra Central). O nome de Tiahuanaco (lugar dos animais) foi dados pelos incas quando chegaram a região e o povo a qual pertencia esta cultura extinta passou a ser chamado de tiahuanakotas ou simplesmente tiahuanaco, como hoje é conhecido. Sua localização tem uma forte razão, conforme pode ser observado pela figura ao lado. |
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Evolução da cultura O quadro ao lado apresenta a evolução da cultura na região até os dias de hoje A queda de Tiahuanaco se deu devido a três causas principais:
O Lago Titicaca ficou alagado no período de 1180dC a 1205dC. Esta cheia se deu devido a alta temperatura que derreteu as neves das montanhas e principalmente pela grande quantidade de chuvas que caiu na região. O piso atual de Tiahuanaco está com 3 metros de depósito do Lago Titicaca. Com a decadência dos Tiahuanakotas surgiram os “mollos”, “lupakas”, “aymaras” e outras culturas. Assim, pode-se dizer que os tiahuanakotas foram os avós dos incas. |
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Tiahuanaco Tiahuanaco é a cultura mais longeva da América do Sul, com 27 séculos e meio de duração desde 1580 A.C. a 1172 D.C. a urbe pré-hispânica de Tiahuanaco foi a capital de um extenso estado andino que compreendia a parte ocidental de Bolívia, o noroeste argentino, a costa Litoral de Chile, desde Copiapó até o norte do deserto de Atacama. A capital deste império é Tiahuanaco chamada também “Taipikala”, está a 70 Km. a noroeste da cidade de La Paz, por estrada, e a uma altitude de de 3.885. a 15 Km. do Lago Titicaca. Esta cultura estendeu seus domínios físicos a 600.000 Km2, aproximadamente. As características de construção da capital são únicas e esplêndidas, se congregam nela, arquitetos planificadores, que com um singular desenho de linhas simples projetaram suntuosos templos; os engenheiros calcularam as inclinações dos muros, e com uma excelente técnica urbanística criaram redes de superfície e subterrâneas, de canais para eliminar as águas pluviais e servidas. Os pedreiros esculpiram pedras de excelente qualidade; os metalúrgicos fabricaram pranchas para os baixos relevos iconográficos, conseguindo cobrir portadas de monumentos com metais áureos, que brilhavam sob o sol. Os sábios orientaram os templos astronomicamente com uma precisão assombrosa. Multidões de homens cortaram as pedras em distantes canteiros e em seguida as transportaram à grande cidade. Tiahuanaco irradia cultura, ali se concentra o saber e domínio da ciência e se ama e ampara a as belas artes. a influencia de Tiahuanaco se observa em monumentos do Peru, Equador, e em comunidades da ilha Marajó na desembocadura do rio Amazonas. o selo desta cultura também se encontra em objetos cerâmicos ou de metal que fabricam as comunidades do norte de Chile, norte argentino, Peru, oriente boliviano, etc. Esta cultura considerada como a mais importante do período pré-colombiano em território boliviano conseguiu não somente grandes avanços em ciências e arte, mas também criaram uma excepcional técnica de cultivo em canteiros para as terras planas e em degraus para as ladeiras. Sem sombra de dúvida, exerceu uma poderosa influencia em outras culturas. Se conseguiu estabelecer até o momento, de acordo com as escavações realizadas pela “Dirección Nacional de Arqueología e Antropología”, a divisão da cultura Tiahuanaco em 3 estágios: Aldeã __________ Épocas 1 e II ______1500 A.C. - 45 D.C. Urbano Clássico__Épocas III e IV _______45 D.C. - 700 D.C. Expansivo_______Época V ___________700 A.C. - 1200 D.C. |
Área
Cívico Cerimonial de Tiahuanaco
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Templete semi subterrâneo
Se deve destacar, neste templete, o sistema de drenagem, elaborado mediante canais feitos em pedra, com um perfeito declive do 2% que ainda funciona na atualidade, e que desembocam em um coletor". Embutido no piso do templete se encontrava a maior peça antropomorfa conhecida como monólito "Pachamama" que foi levada à La Paz e atualmente pode ser apreciada no Novo Museu de peças líticas. Esta peça, mede 7.30 m. e tem um peso aproximado. de 20 Ton. Contrastando com a perfeição do conjunto e detalhes da Estela Benett, se encontra no Templete o "Monólito Barbado" o "KonTici Wiraqocha" (Senhor das Aguas, com barbas, e vestido com uma larga saia) esculpido em rocha de arenito; que se acha acompanhado de outras das estelas menores, todas escavadas no mesmo sitio. |
Templete semi subterrâneo
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Kantatayita (Luz do Amanhecer)
Nesta estrutura de planta retangular se encontra uma soleira em arco rebaixado -em dura andesita cinza- que é uma das peças mais extraordinárias quanto a seus detalhes de acabamento, apresentando um friso com depurado trabalho iconográfico. Por suas características, é provável que esta peça tenha estado coberta por pranchas metálicas de ouro, e que os depredadores causaram os graves danos que evidencia, quando extraíram a cobertura dourada. é importante assinalar que esta peça é a prova do emprego de detalhes curvos na arquitetura de Tiahuanaco. Também neste sitio se encontra uma peça surpreendente, é uma "maquete", de algum dos edifícios da urbe, feita por arquitetos tiahuanacotas em um enorme bloco de pedra, donde se vêem reproduzidas pequenas escadinhas e pátios diminutos, o que nos demonstra o altíssimo grau tecnológico desta cultura.
Pirâmide de Akapana
No século XVIII, o espanhol “Oyaldeburo” escavou a pirâmide (em busca de tesouros) perfurando-a desde o topo e jogando os escombros nos costados. O acesso principal a este monumento se acha localizado a oeste, onde existiam -sobre pedestais- peças esculpidas em basalto negro do famoso ''hombre puma" denominado também "chachapuma".
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Pirâmide de Akapana
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Kalasasaya
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Kalasasaya
O "Templo das pedras Paradas'' cobre aproximadamente 2 hectares e sua estrutura está baseada em colunas de arenito e silhares cortados, dispostos entre estas, sobressaem gárgulas, ou goteiras de desagüe para as águas pluviais. No interior podem ver-se os restos do que teriam sido sido pequenas habitações semi-subterrâneas dispostas de maneira que 7 estavam em cada lado do pátio. No recinto existe um muro a base de silhares de arenito que consegue fechar os setores leste, norte e Sul, deixando a ambos costados uma espécie de átrio, que separa o recinto central ou "cerimonial". Neste segundo muro até o lado norte se observam dois blocos nos quais, em seu terço superior, se praticou um orifício que imita, em escala, um aparato auditivo humano, e mediante o qual se pode escutar ruídos ou conversações que se produzem em posições distantes. Estes "amplificadores de som" nos permitem deduzir que no mundo pré-colombiano se conhecia e aplicava a acústica. Em “Kalasasaya” existem três importantes esculturas: a Estela 8 (“Ponce”), o monólito ou Frade e a Porta do Sol. no monólito “Ponce se apreciam finas gravações iconográficos como homens alados, peixes, cabeças de puma ou de camelídeos, condores, águias, símbolos escalonados; na mais pura arte tiahuanacota. A estela "El Fraile" não está adornada, é uma peça lavrada em arenito listado, mostrando um enigmático personagem que leva um cajado e um “keru” nas mãos; porta uma faixa ventral donde se apreciam algumas marcas em relevo de caranguejos. |
A Porta do Sol
Este majestoso portal lítico -trabalhado em um só bloco de pedra andesita de aproximadamente 10 Ton. de peso- não foi, no passado, uma peça isolada senão, parte de uma edificação maior que pode ter se localizado acima da Pirâmide de “Akapana” ou mesmo no “kalasasaya”, onde existem varias peças do mesmo material desta porta.
Putuni
A entrada mostra rebaixes escalonados que terminam em um pórtico (hoje desmantelado). na parte oeste da plataforma e a uma profundidade de uns 2 metros existem canais matrizes que provavelmente serviam para evacuar águas servidas e que conformavam um dos mais perfeitos sistemas de esgoto. |
A Porta do Sol
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Pumapunku
Esta edificação se erigiu ao final do período clássico de Tiahuanaco, já que a técnica é muito mais depurada e evoluída do que a de outras construções, destacando-se o impecável manejo do material lítico. Na parte superior desta monumental edificação, se encontra um pequeno templete com seus respectivos canais de desagüe. No lado oeste se observam os restos do que foi uma escadinha de acesso. O recinto principal se acha no setor noroeste, que ainda tem restos de uma estrutura ciclópica provavelmente conformada por quatro habitações, cada uma delas com portadas lapidada em pedra andesita, similar à Porta do Sol.
Sobressai neste
recinto cerimonial a presença de grampos e anéis de
cobre arsenal utilizados para a união dos elementos
construtivos, tanto no sistema de canais de drenagem corno no
reforço das plataformas. O piso que circunda o templo foi
feito com uma capa de argila colorida com ocre avermelhado. |
Pumapunku
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Após nos maravilharmos com as belezas naturais de Tiahuanaco, já por volta das 13:00 horas, saímos em direção a Oruro. Por insistência do Lucas, entramos novamente em La Paz com o objetivo de rapidamente ver o centro da Cidade e aproveitar para almoçar. Fomos solenemente multados por estarmos a 83 km/h na auto pista de acesso à cidade, onde se pode andar na velocidade máxima de 80 km/h e é lógico que todos os locais sabem, exceto os estrangeiros, visto que não há placa alguma alertando do limite de velocidade. Após passar a raiva, estacionamos a bandeirante em um dos inúmeros estacionamentos existentes na cidade, fomos almoçar onde comemos num “fast food” bem ao estilo americano, onde ser serviam também comidas típicas mexicanas. Foi a salvação. Após o almoço, fomos tirar algumas fotos e é claro que não poderia faltar a tradicional foto junto ao monumento à “Simón Bolivar”.
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Por volta das 18:00 horas, iniciamos nossa viagem em direção à Oruro. Teríamos que fazer aproximadamente 230 km, por estrada asfaltada e de boa qualidade. Sem problema, para quem já estava acostumado a viajar quase sempre à noite. Tendo sempre na lembrança a imagem do por do sol em La Paz, pusemo-nos em marcha. |
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