Tahuantinsuyo Expedition 2006

Caxias do Sul - Bolívia – Peru (sudeste) - 12° dia

Terça-feira, 14/02/2006 : Oruro x Potosi 320 Km

Hora de partida : 12:30

Quilometragem percorrida : 320 Km

Hora de chegada : 17:30h

Local de chegada : Oruro

Abastecimentos : 1. Potosi (42,2l)


No décimo segundo dia de nossa viagem, chegamos à cidade de Oruro, onde nos instalamos no hotel Turista, um hotel simples, mas confortável. Eu e a Helena estávamos cansados e portanto tomamos um bom banho e fomos dormir, ao passo que o Lucas e a Lara foram conhecer um pouco da cidade e aproveitaram para jantar uma tradicional “hamburguesa” que pagaram em torno de R$ 1,00 cada. Seguindo nosso padrão de turismo, foram à um lugar bastante popular onde conversaram com as pessoas do local e obtiveram informações de o que se deve ver em Oruro. A senhora da banca onde comeram a “hamburguesa”, lhes disse que era extremamente importante conhecer o “Santuário de la Virgem de Socavón”, onde há uma mina (desativada) em baixo da igreja, e que se pode visitar.

No dia seguinte, acordamos cedo para podermos visitar a cidade.

Fomos direto para o Santuário da Virgem de Socavón onde encontramos novamente o nosso amigo Carioca) Nemo e seu grupo, que também estavam visitando o santuário.





Santuário del Socavón


É um templo religioso de especial devoção para os habitantes de Oruro, onde se venera a “Virgen de la Candelaria”, protetora dos mineiros, que localmente recebe o nome de “Virgen del Socavón”. Se trata de uma extraordinária imagem não mestiça, pintada sobre adobes, que faziam parte provavelmente de um muro interior entre o fim do século XV e princípios do século XVI. En sua homenagem se realiza a pomposa “Entrada Folclórica del Carnaval”. O Santuário é atendido atualmente pelos religiosos da ordem dos Servos de Maria.

VIRGEM DE SOCAVÓN


Numa grande caverna localizada no interior do cerro “Uru Uru”, vivia o gigante “Wari”, Senhor dos terremotos. Todas as manhãs “Inti Wara” (a aurora), a bela primogênita do sol, despertava “Wari”. O semideus logo foi cativado por ela, cercou-a com seus braços de fumaça e fogo vulcânico querendo tomá-la para si; porém não pode possuí-la porque o Sol saiu no auxilio de sua filha e sepultou “Wari”. Em represália, este perverteu os povoadores da região e conseguiu que abandonassem a agricultura e o culto solar, e que se dedicassem à mineração e atividades noturnas onde se abusava da bebida e se invocava lagartos, sapos e cobras. Abatidos pelos vícios, os moradores locais se tornaram apáticos, soturnos e silenciosos.

Depois de uma chuva torrencial, apareceu o arco íris e com ele veio “Inti Wara” sob a forma de uma belíssima “ñusta(princesa inca); estava acompanhada pelos “amautas” (os sacerdotes-mestres mais respeitados no Império Inca) e “curacas” (a nobreza local, alguns com ancestrais mais antigos que os próprios imperadores.) que “Wari” havia desterrado. A “ñusta reviveu os antigos ritos solares, ensinou o esquecido e re-encaminhou a população pelo bom caminho. Para vingar-se do povo redimido, “Wari” enviou contra eles quatro grandes pragas; uma monstruosa serpente que devorava gado e plantações, um sapo descomunal, um lagarto que ameaçava destruir o povo, e uma legião de formigas. A “ñusta travou combate com os monstros, os decapitou, converteu em pedra e transformou em areia as formigas.

No obstante suas vitórias, a “ñusta transformou-se na “Virgen de Socavón”, Protetora dos Mineiros, para escapar a perseguição de seu implacável inimigo “Wari”. Por sua parte, “Wari” converteu-se no “Tio da mina”. Durante o sábado de carnaval, os tios fantasiados de diabos dançam em homenagem à “Virgen de Socavón”. Antigamente o chefe destes diabos dançarinos se chamava “Waricato”, o representante de “Wari”.


Fernando Montes Ruiz (La máscara de piedra).

La Virgem do Socavón




El Tio de la mina



El Chiru Chiru



Conta a lenda que em uma caverna (socavón) abandonada no cerro "Pie de Gallo" vivia um ladrão apelidado “el Chiru-chiru" o qual em uma de suas correrias noturnas foi ferido mortalmente por um operário que o surpreendeu enquanto ele roubava o único bem que possuia como tesouro. Neste momento foi conduzido até sua cova por uma caritativa e virginal mulher do povoado. No dia seguinte, foi enorme a surpresa dos mineiros da zona que, ao encontrar o cadáver, o encontraram com uma bela imagem da “Virgen de la Candelaria” protegendo a cabeceira da pobre cama do ladrão.

Tendo visitado o santuário da virgem de Socavón, Seguimos imediatamente em direção à Potosí