Tahuantinsuyo Expedition 2006

Caxias do Sul - Bolívia – Peru (sudeste) - 13° dia

Quarta-feira, 15/02/2006 : Potosi x Uyuni 233 Km

Hora de partida : 16:00 h

Quilometragem percorrida : 233 Km

Hora de chegada : 21:00 h

Local de chegada : Uyuni

Abastecimentos : 1. Potosi (34,6l)


Acordamos “tempranito” para fazer o passeio numa mina operante no “Cerro Rico”, que durava em torno de duas horas dentro da mina. O inicio do passeio se daria pela rua de acesso ao cerro, onde há diversos “mercadinhos”, que vendem refrigerantes, cigarros, álcool, folhas de coca e também “bananas de dinamite e outros explosivos”, nada mais natural.




Neste mercados, os guias invariavelmente recomendam que se compre folhas de coca, cigarros, refrigerante e álcool 95º, para dar aos mineiros, por sua hospitalidade. A coca e o cigarro, além de ser para uso dos mineiros, também é oferendado à “El Tio de la mina”, já explicado quando falamos de Oruro, o álcool é para ser todo ofertado à “El Tio de la mina”, seguindo uma crença, que diz que se for ofertado álcool puro à “El tio”, ele retribuirá com minério puro. Obviamente, para não perder a oportunidade , compramos bananas de dinamite e um outro explosivo mais pirotécnico, para que o guia nos fizesse uma demonstração de seu uso.

A entrada da mina que iríamos visitar está aos 4.800 m. de altitude. Neste ponto, paramos para que os guias fizessem a demonstração de como não usar explosivos, por exemplo, não segurar uma banana de dinamite acesa entre os dentes ou não ficar segurando até o fim somente para ver o que acontece. Após a brincadeira em que segurávamos os explosivos acesos, dirigimo-nos à entrada da mina, que era um buraco de aproximadamente 1,5 m de altura, caminhamos aproximadamente 5 passos numa escuridão total, apenas iluminada por nossas lanternas de cabeça, quando a Helena entrou em pânico, o que fez com que eu voltasse atrás com ela ficando fora da mina enquanto os demais seguiam o passeio. Descemos até o local onde o grupo sairia, (4.600 m de altitude), onde os ficamos esperando. Um menino, filho de mineiro, muito agradável, se propôs à nos levar um pouco dentro da mina, nesta parte onde a cova era bem maior. A Helena mais uma vez tentou mas não conseguiu. Como a caminhada não seria muito longa, entrei sozinho com o menino e fomos até o ponto onde havia um grupo mineirando. Constatei neste momento que não havia absolutamente nada mecanizado, a escavação era feita com picaretas, o transporte até onde passava o trilho, feito com “botas” (sacolas de borracha) levadas às costas, o erguimento de um nível para outro, através de roldanas manuais e o transporte sobre os trilhos em carrinhos metálicos que levavam até uma tonelada, empurrado por dois mineiros e puxado por mais um que se encarregava de botar de volta o carrinho nos trilhos com uma alavanca, todas as inúmeras vezes que descarrilava devido a folga nas rodas.





O Lucas e a Lara curtiram cada momento das duas horas em que percorreram os inúmeros túneis que compõem a mina. O grupo era constituído de franceses, argentinos e obviamente brasileiros. Acompanharam o trabalho dos mineiros e verificaram de perto as condições de trabalho daqueles que passam o dia inteiro mascando coca para que possam trabalhar com desenvoltura e ter força.

Após o fim da visita, voltamos à cidade, onde almoçamos e percorremos algumas ruas antigas e maravilhosas, onde constatamos que não há muita preocupação com as maravilhosas construções históricas, que seguramente estão sofrendo pelo fato de, o centro histórico principalmente estar aberto ao trânsito de automóveis e ônibus.







Por volta das 16:00 h, iniciamos nossa viagem rumo a Uyuni, que acabou demorando mais que o previsto, não pela estrada que era de chão, mas de boa qualidade, mas sim pela beleza da paisagem, que nos fazia parar a cada momento para tirarmos fotos e curtirmos a beleza diferente e rústica de uma região quase sem vegetação.